quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Despedidas e uma carta

Caro Andrew,

  Sei que não nos falamos há muito tempo. Mas para mim parece que foi ontem. Ontem quando você foi embora para longe. Ontem quando você me disse um furtivo adeus, entrou naquele trem e partiu.
  Eu me sentia tão só. Sentia sua falta acima de tudo. Falta do seu cheiro, sua pele, seus olhos castanhos brilhantes que me olhavam tão carinhosamente, seu sorriso sedutor.
  Foi, de longe, a época mais difícil da minha vida. Te confesso Andrew, que eu quase enlouqueci. A dor foi forte. Piorava a cada dia que eu passava sem você. Perdia a conta de quatas vezes adoeci ou de quantas lágrimas derramei.
  Mas o tempo passa. A dor foi substituída por saudade e pelas lembranças dos bons momentos que passei ao seu lado.
  Para dizer a verdade Andrew, nem sei  por quê eu estou te escrevendo. Acho que para dizer que a única palavra que pode descrever o sentimento que tenho por você agora é ódio. Sim, ódio. Ódio por não poder estar com você agora. Ódio por não ter conseguido te esquecer depois de todo esse tempo. Ódio por amar você. Sim Andrew, eu odeio te amar. Odeio também essa linha tênue entre o amor e o ódio.
  É ela Andrew. É essa linha. A única coisa que me faz permanecer aqui. Permanecer te amando.
  Bem, querido Andrew, é isso. Eu te amo. Mais do que tudo que eu já pude imaginar. E no fundo eu sei que eu sempre te amarei. Até o meu último dia. E não importa se os seus sentimentos por mim não sejam mais os mesmos. Não ligo. Nada em mim vai mudar, mas algo aqui dentro me diz que você me ama. Ou pelo menos já me amou um dia.
  E por fim, quero te dizer que eu sempre estarei com você. Seja em mente, espírito ou coração. Por mais que você nem sinta. Por mais que até mesmo eu não sinta. Ou se até mesmo a saudade e a angústia for tão forte que nós não consigamos carregar. Ainda assim, eu estarei com você. Eu sei. Simplismente sei. Do fundo da minha alma. Você sempre viverá dentro de mim. Sempre. Pra sempre.
  Nós não nos veremos mais. Não podemos. Mas eu quero que você volte. Quero te ver. Colocar minha cabeça na curva morna do seu pescoço e esquecer do mundo, da vida, das pessoas. Mas como já disse, não podemos. Nem devemos.
  Então é aqui que eu me despeço.

                                                                                                Para sempre sua, Liz.